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Bem Vindo


terça-feira, 29 de setembro de 2009

Amor



Ouço sua voz. A princípio ela vem mansa, como a concebo para mim.Quando se aproxima, seus olhos são doces e ternos, a invadir minha alma, exatamente como espero que devam ser todas as vezes que me olhar.Suas mãos, na minha direção, ensaiam e dançam no ar até pousarem por sobre as minhas, com a suavidade dos gestos dos amantes, como eu quero que sejam para mim.Seus carinhos impetuosos têm o tamanho exato e a força transformadora do meu ser, como eu desejo que seja para mim.Seu descanso junto ao meu, bem paralelo, confirma, em câmera lenta, dessa forma, a existência e o egoísmo do amor.

Fonte da imagem: borboleta189.blogs.sapo.pt

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O que está havendo?



Hoje parece que acordei "destrambelhada".

Ao me dirigir a cozinha para fazer o café, senti sede e imediatamente abri a bica do filtro e esqueci o copo embaixo, inundando a cozinha de água.Já que tive que enxugar todo o chão, para ganhar tempo, coloquei a máquina de lavar para funcionar. A bicha encheu, fez todo um processo de lavagem e eu esqueci completamente de colocar o sabão em pó e o alvejante. Resultado: repeti todo o processo novamente.

Dirigi-me ao computador para postar o blog e tive que reiniciar o mesmo por três vezes, devido ao congelamento da tela.

Ao fundo, algo me incomodava - o ventilador de teto da sala, resolveu chorar, fazendo aquele ruido estranho de peças de ferro em contato. Quis ver o que ocorria e no exame, uma das lâmpadas queimou.

Decidi não me irritar, pois desde que levantei achei-me em câmera lenta, mas a gota d'água foi descobrir no site da Previdência que agora, para acessar meu extrato, tenho que cadastrar uma senha, antes obtida através de agendamento e ida a uma agência. Já viu, né? Aí, não prestou. Joguei a toalha.

Hoje não faço mais nada!

Fonte da imagem: chave-fechadura.blogspot.com

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Enfim, "caiu a ficha"


Parece que hoje "caiu a ficha".
Sempre notei em mim uma certa impaciência para viver as chamadas "coisas tristes". Sempre me gabei de só "colocar a mão onde alcançava", para fugir dos desconfortos. Pensava assim, manter sob controle os momentos bons. Ledo engano!
Tenho nos últimos tempos notado em mim uma certa impaciência quanto aos núcleos mais próximos de mim que, porventura, pudessem me fazer sofrer. Incluem-se aí as pessoas mais velhas que, segundo as "leis da vida" partiriam mais rápido, aqueles entes familiares que estão pela idade mais passíveis de doenças, aquelas pessoas que são mais carentes financeiramente, etc...
Tentei analisar essa minha impaciência que se traduz em não querer ouvir nem falar de problemas, sejam de que espécie forem e foquei todos eles no grupo que pudesse de mim depender de alguma forma.
De repente "caiu a ficha". Quem eu penso que sou, achando que posso manter vida sob controle?
Quem eu penso que sou, achando que estou aqui para viver somente as melhores coisas?
Que tal se eu amadurecesse um pouco e enfrentasse a vida de frente?
Fonte da imagem: misteriosopantanal.blogspot.com

terça-feira, 22 de setembro de 2009

E aí, como confiar?


Norberto é um quase senhor de cinquenta anos. Mora sòzinho, pois suas experiências amorosas anteriores com mulheres não prosperaram para levá-lo ao casamento. Viveu até aqui, relações quase duradouras com as escolhidas mas que não passaram de no máximo um ano. Entre idas e vindas ao seu apartamento - porque lá era o seu grande esconderijo -, aprendeu a cozinhar, lavar e até passar muito bem, de tanto que se esforçava para mostrar às mulheres como se administrava um lar. Acho que até foi por isso que não se grudou de fato em nenhuma delas. Nenhuma apresentou o seu esmero com as coisas e com a casa em si. Eram quase que todas, mariposas a cata do mel do seu dinheiro e das boas coisas em que ele lhes favorecia. E acho até que Norberto sempre foi ciente disso.
Hoje, já lá se vão três anos que decidiu se dedicar a ele mesmo. Arrumou mala e suas trouxas e retornou ao seu lar. Não esqueceu antes, meticuloso que é, de orná-lo com todos os aparatos necessários para o sem bem-viver e até decorou-o novamente como se fosse o primeiro.
Contratou o serviço de uma faxineira semanal, uma passadeira de quinze em quinze dias e quanto a comida, ia experimentando receitas deixadas pela mãe que, além de não lhe danificarem o estômago, lembravam-lhe e muito, sua infância querida.
De uma coisa fazia questão. Embora a casa ficasse por conta das serviçais e totalmente aberta, para a sua atuação, não permitia que nenhuma das duas tocasse em suas coisas - fossem as preciosas ou não. Isso, na contratação, foi diversas vezes repetido.
A faxineira, de toda a confiança, a partir do momento em que recolhia as chaves na portaria, não tinha permissão para manter contato com quem quer que fosse da vizinhança para que pudesse dedicar todo o expediente na limpeza da casa.
Quanto a passadeira, tinha lá seus "poréns" com sua atuação, embora com o apartamento todo fechado, ela só tivesse acesso à cozinha e área de serviço. Já tinha percebido que Dona Clotilde tinha o hábito de comer seus biscoitos importados e de mexer nas suas guloseimas na geladeira.
Por duas vezes notou e com muito cuidado indagou sobre o assunto, ao que ela sempre respondeu negativamente.
Disposto a elucidar de uma vez a questão, traçou medidas de detetive na véspera de sua visita quinzenal.
Colocou a vasilha do mamão em um ponto milimetricamente medido para que se ela, a passadeira, lá mexesse, ele logo descobrisse. Quanto ao pote dos biscoitos, teve o trabalho de esvaziá-lo para contar unidade por unidade e anotar em um papel.
Dedicido a por fim aquela dúvida atroz, partiu para casa e após a verificação geral costumeira, ateve-se aos pontos estratégicos e, mais uma vez, constatou que metade do mamão papaia com creme de cassis e cinco unidades de biscoito tinham sumido das vasilhas. Teve um alívio ao constatar que não estava louco e que ela era mesmo quem se fazia valer de suas guloseimas.
Pensou e, com muito cuidado, telefonou para Dona Clotilde querendo saber se alguém esteve em sua casa enquanto ela lá estava, porque ele tinha percebido uma baixa na vasilha da sobremesa, inclusive deixando-a a vontade para confessar o delito, porque de forma alguma se importaria se ela tivesse comido. Como já esperava, a passadeira negou veementemente e ainda ficou ofendida com a pergunta de Norberto.
Agora está ele lá, confuso quanto ao que fazer, pois - mentirosa, como ele pode confiar sua casa?
Enquanto roubar somente a geladeira, tudo bem, mas se tomar gosto e arquitetar outras formas de atuar?
Conflito nos tempos de hoje!
Fonte da imagem: biablog.blogspot.com

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Três anos de saudade


Três anos se passaram sem você.

Tanto tempo e parece que foi ontem. Não tenho mais seus olhos calmos e questionadores a me olhar com profundidade...

Não tenho mais suas mãos a segurar as minhas, na tentativa de não se desprender daqui, de junto de nós...

Não tenho mais, sobretudo, sua fala firme, compondo minhas decisões e em cada palavra, mostrando-me o sentido da vida....

Cadê você, minha mãe?

Por onde andará? O que será que tem feito? Será que de onde está ainda nos vê e acompanha?

Enfim, que na minha saudade, você sinta todo o meu amor e agradecimento...

sábado, 19 de setembro de 2009

Saudades...

Reproduzo aqui, a beleza do texto de minha irmã Alba, no seu blog , dedicado a nossa querida mãe que há tres anos partiu. Esse texto, como não poderia deixar de ser, retrata verdadeiramente o que ela era em nossas vidas.

"Doce presença a guiar nossas vidas.

Esteio macio onde sempre nos apoiamos.

Inesgotável energia, bem usada em prol da família.

Rosto luminoso irradiando luz em nossa casa.

Eixo que harmonizou todos que se acercavam dela.

Palavras certas sempre proferidas nos momentos de dificuldades.

Ouvidos atentos para nossos problemas em todas as horas.

Amor incondicional espalhado por nossos caminhos.

Alimento espiritual disfarçado em receitas inesquecíveis.

Olhar inquieto buscando sempre novos horizontes.

Estímulo que nos fazia alcançar nossa força quando fraquejávamos.

Otimismo diante da vida mesmo nos trechos mais puxados do caminho.

Coragem e decisão que conduziam todo o clã.

Espírito empreendedor representado por suas obras memoráveis.

Compassividade como sua religião atuando através do trabalho.

Responsabilidade e envolvimento total na vida da família.

Presente dos céus para nós, você, minha mãe, que hoje completaria 88 anos,

Deixou para nós saudade e tudo que foi durante sua vida. "

Visitem:http://albarmvieira.blogspot.com/

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O vestido de 52 botõeszinhos


Minha mãe sempre foi uma excelente costureira. Gabava-se de ter tido uma professora de corte e costura por demais exigente que a fazia, sem dó e piedade, refazer todo um extenso trabalho de bainha, caso um dos minúsculos pontos estivesse fora do padrão.
Era meticulosa em tudo, não sei se posso atribuir essa característica de personalidade, à formação dessa professora.
Tentava nos seus ensinamentos a nós, suas filhas, repetir esse comportamento, mas nós, vivendo em outra época mais flexível, a driblávamos e íamos dando nosso verdadeiro toque pessoal nas tarefas que empreendíamos.
Mãe de cinco meninas, em tempos de poder escasso, encarregava-se de nos vestir com esmero, com seus dotes profissionais.
Lembro que nunca costurou para estranhos, mas a família de primas e tias, usavam e abusavam dos seus serviços de modista, iniciado para compor as despesas da casa, num momento de desemprego do meu pai.
Vejo agora, diante dos meus olhos, pilhas de papel pardo e alfinetes, com que cuidadosamente embrulhava as peças encomendadas, depois de passá-las e engomá-las a ferro. Lembro das pessoas batendo à porta para buscar as roupas e até do recebimento do dinheiro tão esperado.
Nossas roupas eram feitas muitas das vezes, com fronhas coloridas, desmanchadas e transformadas em tecido maravilhoso para ela criar seus modelos. Tinha prazer nisso e vejo hoje que se realizava compondo modelos de revista para as filhas de diferentes idades.
Passeando com minha imaginação, lembro que eu e minha irmã mais nova que eu apenas nove meses, quando começamos a trabalhar fora, tínhamos o frenesi de a cada segunda-feira, exibir um traje novo. Já nessa época, comprávamos os tecidos com seu assessoramento e cuidávamos da casa, para que a coitada todos os finais de semana preparasse um novo vestido.
Isso era bastante comum e só me dei conta de como éramos "perversas" nesse pedido a ela, quando ela mesma inventou para mim, um vestido de cor verde alface, estilo reto, sem mangas, com uma golinha "de padre" que, na frente, abaixo do decote, tinha em par, cinquenta e dois botões miúdos.
Lembro dela, arfando às nove horas da noite de domingo, ainda pregando aqueles inúmeros botões e de mim, passando a ferro a vestimenta para me exibir na segunda-feira.
Era assim minha mãe, quanta vida, quanta experiência, quanta criatividade, e sobretudo, quanto esmero em tudo o que fazia!
Como já era de se esperar, até na rua, naquele dia, me pararam para apreciar o traje, talvez estranhando aquele arsenal de botões encapados com o próprio tecido do vestido.
Belas e doces lembranças...
Fonte da imagem: wwwb.click21.mypage.com.br

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O que foi não volta



Ontem, revolvi lembranças em minha mente.

Estive mais uma vez diante de fatos passados, lembranças vívidas em meu coração. É sempre assim quando eu volto aquela casa. A casa onde passei desde a infância, muitos e muitos anos. Ali, envolta na família, aprendi, cresci, sofri e me alegrei. Sobretudo entendi o significado mais completo do amor. Amor pelos entes queridos, pelo cerco familiar, pela grande dependência que desde então, saberíamos ter por toda a vida, uns com os outros.

Hoje, lá não mais existem objetos meus, mas olhando aquelas paredes agora, vazias, reponho em poucos segundos o meu quarto, meus pertences e vejo como num passe de mágica, as pessoas, como se lá ainda estivessem . As conversas que ressurgem, atropelam-se umas com as outras, como a me lembrar que já não estou lá.

Ao mesmo tempo que a paz me aquieta, um aperto no coração, sinaliza a angústia e aquela falta latente, não sei se dos familiares que já se foram ou se da própria vida em plenitude.

Estranho e tão sabido esse sentimento dilacerador de que a vida é isso. Um tempo que não depende de nós.

E haja coragem para reconhecer fielmente essa afirmação.

Fonte da imagem: mteresabr.wordpress.com

domingo, 13 de setembro de 2009

Fim às novelas!



Enfim, terminou mais uma trama na TV.Ontem, após o último capítulo da novela "Caminho das Indias" prometi a mim mesma que, apesar das belas chamadas para a próxima novela, eu não vou me prender mais à TV naquele horário fatídico em que quase toda a população esquece sua própria vida e passa a viver aquela dos personagens.

Recordo-me de que é sempre assim - vibramos, sofremos, nos alegramos e traçamos o destino de cada um, fantasiando a partir de nossas crenças, durante todo o período de exibição.

Ficamos impacientes com as cenas desprezíveis, ansiamos por um alongamento naquelas de maior impacto e nada disso ocorre. E por incrível que pareça nunca podemos assistir o último capítulo. Sempre acontece qualquer impedimento e só na repetição no dia seguinte, podemos dar fim aquela expectativa que nos acompanhou por meses a fio.

Como se não bastasse, vários são os personagens que desaparecem na trama, sem uma conclusão favorável aos nossos anseios.

Com toda a nossa compreensão de que é absolutamente necessário que isso ocorra para a tão proclamada audiência, fica aquela sensação de frustração que, com certeza ainda vai nos acompanhar por mais alguns dias.

Por isso, decidi - fim às novelas!

Fonte da imagem: tvbrnoticias.blogspot.com

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Pessoas que fazem parte de nós



Certas pessoas entram em nossa vida, assim por acaso. Ou cremos que é por acaso.Se observarmos com mais detalhes, vamos perceber que tudo faz parte de um caminho que temos que seguir, seja para o amadurecimento, seja para resolvermos questões passadas e interrompidas.

Consigo identificar minha afirmativa no que se dá hoje entre eu e minha amiga do colegial, separadas por mais de cinquenta anos. Vejo que ela sempre esteve ali comigo, nas minhas atitudes, nos meus gestos, na minha forma de pensar.Essa é a razão de não haver surpresa no reencontro. Hoje quando nos falamos à distância, porque moramos em cidades distantes, sinto como se tivéssemos nos falado no dia anterior, passe ou não semanas sem nos falarmos. Com que simplicidade atualizamos nossos registros e rimos das mesmas coisas, como outrora.

Existem pessoas assim, na nossa vida, que parentes ou não fazem parte dela, fisicamente separadas ou não.

E como isso é bom!

Fonte da imagem: essaeboa.blogger.com.br

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Abandonados por nós mesmos



Abandonados estamos de nós mesmos.Quantos de nós ainda nos olhamos com aqueles olhos benevolentes da descoberta? Quantos de nós, tomamos conta do nosso corpo, dos nossos pensamentos...Quantos de nós nos dedicamos a nós mesmos, como pessoa, única e exclusivamente.Não sei se por medo de ir fundo nas descobertas talvez desagradáveis que compõem até o ser mais preparado, ou mesmo se por desleixo por se considerar já pronto ou apenas, por ter que cuidar da sobrevivência.

O que sei é que o abandono de nós mesmos já se dá desde muito cedo quando abrimos mão de nossos mais ínfimos desejos em prol de outros, seja da sociedade que nos rodeia ou da própria família que nos exige cada dia mais concessões.

Estou aqui na janela do meu quarto e acabo de levantar. Em frente a minha janela, o pátio de garagem do prédio vizinho. São apenas seis horas da manhã, mas dois meninos gêmeos de apenas sete anos, acompanham e são puxados pela mãe para o carro e mostram visivelmente que preferiam estar na cama sonhando sonhos azuis.

A mãe ao mesmo tempo que os força a entrar no carro com uma das mãos, com a outra penteia freneticamente os cabelos.

Dois tipos de abandono- o da mãe por si mesma em fazer valer sua sobrevivência e o dos meninos em deixar pra trás seus primeiros desejos de dormir e sonhar. Fonte da imagem: labellalunagracastilho.blog

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O poder aquisitivo do povo


Estou quase concordando com os políticos mentirosos quando falam que o poder aquisitivo do povo de baixa renda subiu muito.
Passei a observar isso nos restaurantes mais caros, onde cada pessoa paga em média 40,00 excluindo-se bebidas e sobremesas. Habitualmente, seja em finais de semana ou não, as filas se formam nas portas, obrigando o gerente do local a se utilizar de microfone para a chamada do próximo cliente.
Se olharmos os frequentadores, não se esmeram no vestir, nem na própria aparência, o que querem é junto com parentes ou amigos, desfrutarem das iguarias oferecidas e como se só restassem a eles aquilo, comerem até cansar, o que demonstram as várias idas ao buffet para mais uma vez encherem seus pratos.
Os locais de hoje, tem pleno conhecimento disso, pois os restaurantes mais parecem galerias, onde os garçons se utilizam até de carrinhos para o transporte de pratos e talheres e retiradas dos mesmos ao fim da refeição.
Locais como esse, antes reuniam grandes grupos para comemoração de aniversários, mas hoje, são as pequenas ou grandes famílias que lá estão a cada fim de semana.
Fico aqui pensando se hoje só restou ao povo o lazer de comer ou se as mães de família, antes tão presentes em casa, podiam planejar sua festa caseira aos domingos reunindo a família, o que atualmente não se usa mais.
Penso que com tantas mães fazendo sua renda fora de casa, engordaram a renda familiar possibilitando gastos como esse, com normalidade.
Observo o povo ali presente e vejo que as pessoas estão mais feias, gordas e desleixadas. Também só podem comer...
Fonte da imagem: jornale.com.br

sábado, 5 de setembro de 2009

A professora


Essa noite sinto que sonhei. O estranho é que me lembrei do sonho, o que normalmente não acontece.
Não foi um sonho agradável e buscando razões para tê-lo sonhado, não as encontro.
Imaginem vocês que eu era ainda uma menina, de mais ou menos uns oito anos e me encontrava na sala de aula de uma escola pobre, daquelas que ficam em centro de terreno e todo o pátio ao redor é de terra batida.
Árvores imensas rodeiam o local e vejo que não são árvores frutíferas, nem tampouco, floridas. Galhos, muitos galhos verdes, muito verdes e firmes. Os troncos são da largura de um homem alto e forte e de um marron que seria difícil qualquer pintor chegar ao tom.
Dentro da sala de aula, carteiras antigas, como no meu tempo de escola - aquelas que tem um fundo para a guarda dos objetos e tem acopladas em si a cadeira. São carteiras novas, sem sequer um arranhão e brilham como se tivessem sido há pouco enceradas.
Ocupo a terceira fileira e lá na frente uma mesa imensa, cujos pés são troncos de árvores, dispõe encima, uma pilha de livros igualmente grossos. São dicionários e livros de história geral.
A professora, uma senhorinha miuda, de óculos e cabelos amarrados em coque, é austera, como para convencer a todos os alunos que ali não estamos para brincadeiras.
Traz nas mãos uma régua comprida e a cada virada que os alunos dão na carteira, a agita na sua direção pedindo silêncio.
Ninguém ousa um movimento enquanto ela fala com sua voz rouca e seca.
Uma das meninas do meu lado se inquieta e começa a rir, não sei porquê. A professora que estava escrevendo no quadro-negro se volta para a turma e severamente atribui a mim a desordem, me fazendo levantar e ir ao seu encontro sob o olhar piedoso dos demais. Obriga-me a ficar de pé, com o rosto voltado para a parede, até a aula terminar.
Enquanto ali estou, fico ruminando uma raiva crescente e num dado momento, saio correndo e fico no pátio, dando voltas e mais voltas em torno de uma das árvores.
Não sei o que isso significa, mais acordei ainda com aquela sensação de dissabor e bastante ofegante. Não foi à toa que lembrei do sonho. UFA!
Fonte da imagem:infoquarteto.blogspot.com

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Setembro


Começa o mês de setembro e vejo que para mim a conotação de um mês onde eu jogava todas as cartadas, simplesmente acabou.
Lembro de que quando criança, esperava o mês de setembro, suas cores vibrantes, as flores e via e sentia o mundo melhor. Atribuía isso ao mês de aniversário da minha mãe que, embora com ou sem grandes festejos, talvez lá no meu inconsciente, fizesse reverência a grande rainha.
Fui seguindo pela vida e já no emprego, ele também tinha uma conotação feliz. Afinal, era o mês dos aumentos polpudos de salários, visto que a avaliação funcional se dava nessa época, para mim. Fazia então grandes planos financeiros e isso tornava o início da primavera mais belo, porque trazia consigo a realização de alguns pequenos sonhos de consumo.
Por tremenda coincidência, meu amor maior surgiu na minha vida próximo a esse grato mês e tornou a vida ainda mais maravilhosa. Lembro sempre de sua frase costumeira – quando setembro vier, completaremos tantos anos de união.
E foi assim por toda a vida, o mês de setembro trazendo com ele belas e boas surpresas.
Mas, há três anos, a vida mudou de rumo e o mês de setembro também.
Nessa época, próximo ao seu aniversário de oitenta e dois anos, perdi minha mãe. Uma semana depois sofri a expectativa febril da recuperação do marido que, angustiado com a morte da velhinha, sofreu um infarto grave. Por Deus, teve uma ótima recuperação e está perfeitamente bem, mas as marcas sobre o mês de setembro ficaram.
Hoje, com certeza, por mais que eu me esforce, ele, o mês de setembro, perdeu o brilho original, aquele que me seguiu por toda a vida.
É assim mesmo, coisas que não se explicam, mesmo deixando lucros.

Fonte da imagem: imagomundi.blogs.sapo.pt

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A panela de ferro de ontem que substitui o teflon de hoje


Ontem tive vontade de comer uma omelete. Não aquela comum, que fazemos com ovos e uns temperinhos.
No meu sonho de degustação estavam além dos ovos, o presunto, o bacon, o queijo coalho, o orégano, a salsa e a cebolinha.
Armei meu arsenal de ingredientes, untei minha frigideira e iniciei então a confecção da omelete, enquanto meus lábios já sentiam através do aroma que se espalhava no ar, aquele gostinho exato do meu desejo.
Já quase douradinha, usei a espátula para soltá-la das paredes da frigideira sem qualquer dificuldade e lá fui eu para a primeira virada. Calculei mais uns poucos minutos para colocá-la no prato e esperar que liberasse o calor da fritura.
Reiniciei o processo de virada e para minha surpresa, ela se negou a soltar-se. Usei jeitos e trejeitos para evitar qualquer dano, já que sua aparência era ainda mais apetitosa, assim, quase pronta.
De nada adiantou. A omelete fincou pé no fundo da frigideira e só houve uma maneira de tirá-la dali – despedaçando-a !
Desalentada e com muita raiva, porque a beleza do prato me conduz a um maior gosto no comer, tentei lembrar da minha infância e do utensílio onde minha mãe fazia tal iguaria.
Como num passe de mágica, a cena me veio à mente e visualizei ali, imponente, a grande panela de ferro.
Ela sim, desbancava qualquer “teflon”. Jamais se negava a devolver ao prato a comida preparada intacta e perfeita.

Fonte da imagem: images.quebarato.com.br

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A viagem durante o sono



Hoje acordei indolente como só.
Não sei o que me deu, talvez a quantidade de doces que eu comi na véspera, tenha feito com que acordasse quase de duas em duas horas para ir ao banheiro.
Embora automaticamente voltasse a dormir, acho que o sono não foi reparador. Também, com tantas interrompidas...
Acho que essa noite minha alma não pode viajar sossegada pelos caminhos de flores que, habitualmente, está acostumada a percorrer.
Aliás, essa é uma questão polêmica quando a coloco em discussão com os amigos.
Alguns crêem verdadeiramente nessa possibilidade, mas outros, quase na mesma proporção, acham que eu estou surtando quando nisso falo.
Não importa a qualidade cultural do amigo, nem tampouco se é cético ou não, mas percebo que todos abominam o fato de durante a noite nossa alma ter a condição de deixar o corpo e viajar de encontro a vidas já vividas.
Confesso que eu mesma, durante grande parte de minha vida ficava arrepiada só de ouvir o assunto, mas hoje, com tantas experiências, não vejo outra razão para explicar a calma na manhã seguinte à noite que quase não nos deixou dormir com um problema “cabeludo”.
Como explicar nossa mudança de humor diante de uma situação complicada, logo ao acordarmos?
Como explicar aquela sensação de perfeito bem-estar, sem ter motivo aparente, se quando deitamos a cabeça latejava de tanta preocupação?
Com certeza, não foi só o fato de termos descansado...
Não sei não, mas acredito firmemente nessa viagem e sei que lá, “alguém” nos auxilia...
Fonte da imagem:oglobo.globo.com
Hoje tem video novo no
"Minha vida em vídeo"