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terça-feira, 17 de agosto de 2010

União para sempre


Hoje, depois da morte da matriarca, não nos vemos com muita frequência. É diferente de quando, naquele casarão, ao visitarmos diariamente nossa mãe, nos encontrávamos com todos que ali iam para aquele fim - o de acarinhar aquela que para nós, seus filhos, sempre representou a força maior a nos segurar na vida.
Hoje, a não ser que uma data nos imponha isso, não nos vemos, cara a cara, como antes. E já que o telefone móvel nos dá a tranquilidade de estarmos sempre em contato, vez por outra, nos surpreendemos com o tanto de tempo que não nos encaramos.
Moramos, na sua maioria, no mesmo bairro, em ruas próximas e talvez por isso, não temos a ansiedade de irmos uns em busca dos outros, já que os sabemos bem por perto. Não é raro, por isso, nesses quase quatro anos que já se passaram, estranharmos seus novos gostos, suas novas vestimentas, seus cabelos enbranquecidos pelas agruras do tempo.
Com o hábito de nos reunirmos sempre na casa de nossa mãe, não fomos acostumados a nos frequentar em nossas casas. Daí essa grande lacuna. Também os afazeres de cada um, não deixa espaço para tal.
Mas a certeza de estarmos todos dentro do mesmo raio de união, não nos deixa preocupados com a proximidade física, já que nos falamos, chova ou faça sol, todos os dias.
No entanto, a situação muda inexoravelmente, quando qualquer um dos irmãos por questões pessoais ou por força do trabalho que desenvolvem, têm que se afastar em viagens, sejam curtas ou não.
O fato de não os termos à mão, muda nossos procedimentos, como da água para o vinho e nos deixa pipocando de ansiedade desde sua partida até o retorno, momento em que nosso grito de alívio, não esconde esse visgo de união, quase patológico, em nossas vidas.
Aí é comum, estarem todos conectados no MSN, de manhã à noite, à espera do ruido de chamada, para prazeirosamente nos vermos, de novo, frente à frente, como se há séculos não nos víssemos.
Que marca é essa, tão comum e tão presente nas famílias de antes que, com todos os recursos tecnológicos, não presenciamos nas famílias de hoje?
Fonte da imagem:websmed.portoalegre.rs.gov.br

2 comentários:

  1. Parece-me que as pessoas hoje optaram por sua livre e espontânea vontade não se casar e viver como outros que quiseram selar essa união segundo as convenções tradicionais.
    É um direito que lhes assiste, desde que o façam na base do amor e do respeito partilhando o dom da vida e dos filhos se os houver.

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  2. Tão perto e tão distantes...

    Beijos!!!

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