Olho essa boca e, a princípio, num relance imediato, percebo suas imperfeições atuais: lábios menos rígidos, alguns dentes trocados, a própria cor mais desbotada… tudo denotando uma imperfeição, uma diferença, se comparada a essa mesma boca em tempos já idos…
Mas eis que, de repente, como que ao ouvir meus pensamentos e a adivinhar o meu olhar, ela me beija… com ímpeto, com calor, com comando, com a mesma e perfeita docilidade com que um dia me arrebatou, fazendo-me percorrer caminhos ainda não descobertos do prazer divino e sensual. A temperatura é a mesma, o sabor, o mesmo, o requinte, o mesmo…
Aí, então, eu me pergunto: onde fica e o que é a perfeição?
Fonte da imagem: ninaselvagem.spaces.live.com
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