Acabo de sair de uma missa em uma das Igrejas Católicas do meu bairro e não posso deixar de fazer comparações e de aguçar meu enorme senso crítico em razão do que presenciei.
Acho até, que já demos um alto avanço nessa questão, quando deixaram de rezar as missas em latim, mas, no entanto, agora, fora o fato do ritual com o padre de batina , os coroinhas, vários auxiliares e frases repetitivas como - que o Senhor esteja conosco - ele está no meio de nós -poucos são os fatos que nos dizem estarmos assistindo, realmente, a uma missa.
O objetivo da tal missa era dedicá-la aos mortos de sétimo dia e a outros mortos (diversos), pois hoje, só se fazem missas comunitárias.
No entanto, a primeira providência é levantarmos para saudarmos com palmas, o padre e auxiliares que vão celebrá-la.
Antes de qualquer coisa, já devidamente instalado, o padre faz questão de apresentar sua mãe (pasmem!) a toda a paróquia, pois ela veio de uma cidade do interior para visitá-lo e logicamente, como qualquer mãe beata e orgulhosa, dar vivas ao filhinho que se tornou padre, tal qual o seu desejo. Em seguida, mais de cinco minutos do cronometrado tempo em que a missa deve transcorrer, se perdem com uma das auxiliares lendo uma folha quilométrica com os nomes das pessoas beneficiadas – mortos de 30º dia, mortos de 1 ano, mortos de 2 anos, mortos de 10 anos, família Andrade, família Souza e por aí vai...
Enfim, começa a missa e constato que a leitura do dia, sequer faz qualquer menção à passagem, à morte, ao retorno...
Mais de metade da missa é dedicada à José de Anchieta e aos feitos do catequista nos anos de 1500.
Não sinto uma preocupação do padre com as famílias dos mortos, com a necessidade que têm, naquele momento, de uma palavra de conforto, doídos que estão, com a ausência dos seus entes queridos. Nem mesmo, um senhor de meia idade, sentado à minha frente e chorando convulsivamente, lembra ao padre que ali deveria estar sendo rezada uma missa para mortos.
Seguindo o ritual, em alto e bom som, o padre anuncia o ofertório e quase todos os beatos e beatas se dirigem ao altar para depositar moedas e notas de qualquer valor, nas cestas, ricamente preparadas com tecidos rendados, enquanto um cântico de louvor se faz ouvir estridentemente.
Aliás, outra coisa que me chama a atenção é a música e os cantos que ocupam quase dois terços do ritual. Parece que a semente jogada pelo Padre Marcelo proliferou em todo o ambiente e já não se dá mais valor a palavra.
A palavra, propriamente dita, colocada na Bíblia e a palavra do sacerdote, se é assim que podemos chamá-lo.
Para minha surpresa, pois diante de tantas aberrações, não consigo sequer rezar pelo morto em questão, nem pelos meus mortos, a única vez em que o padre se dirige as famílias que ali estão em busca de consolo é naquele momento. Momento muito importante para o padre, não para nós que ali estávamos.
Como se aquilo fosse absolutamente normal, ele pede licença às famílias dos mortos para anunciar o aniversário de uma pessoa da comunidade e pedir a todos que cantem parabéns a você, para a aniversariante, jogando por terra toda a minha crença e a minha religiosidade.
Absurdamente, vejo-me como os outros cantando e louvando aquela aniversariante que não conheço e nunca vi mais gorda, enquanto meu morto, naquele local que julguei apropriado e único para tal, ouviu seu nome apenas uma vez, para, por certo, justificar o valor que tivemos que pagar pela celebração.
Que celebração!
Acho até, que já demos um alto avanço nessa questão, quando deixaram de rezar as missas em latim, mas, no entanto, agora, fora o fato do ritual com o padre de batina , os coroinhas, vários auxiliares e frases repetitivas como - que o Senhor esteja conosco - ele está no meio de nós -poucos são os fatos que nos dizem estarmos assistindo, realmente, a uma missa.
O objetivo da tal missa era dedicá-la aos mortos de sétimo dia e a outros mortos (diversos), pois hoje, só se fazem missas comunitárias.
No entanto, a primeira providência é levantarmos para saudarmos com palmas, o padre e auxiliares que vão celebrá-la.
Antes de qualquer coisa, já devidamente instalado, o padre faz questão de apresentar sua mãe (pasmem!) a toda a paróquia, pois ela veio de uma cidade do interior para visitá-lo e logicamente, como qualquer mãe beata e orgulhosa, dar vivas ao filhinho que se tornou padre, tal qual o seu desejo. Em seguida, mais de cinco minutos do cronometrado tempo em que a missa deve transcorrer, se perdem com uma das auxiliares lendo uma folha quilométrica com os nomes das pessoas beneficiadas – mortos de 30º dia, mortos de 1 ano, mortos de 2 anos, mortos de 10 anos, família Andrade, família Souza e por aí vai...
Enfim, começa a missa e constato que a leitura do dia, sequer faz qualquer menção à passagem, à morte, ao retorno...
Mais de metade da missa é dedicada à José de Anchieta e aos feitos do catequista nos anos de 1500.
Não sinto uma preocupação do padre com as famílias dos mortos, com a necessidade que têm, naquele momento, de uma palavra de conforto, doídos que estão, com a ausência dos seus entes queridos. Nem mesmo, um senhor de meia idade, sentado à minha frente e chorando convulsivamente, lembra ao padre que ali deveria estar sendo rezada uma missa para mortos.
Seguindo o ritual, em alto e bom som, o padre anuncia o ofertório e quase todos os beatos e beatas se dirigem ao altar para depositar moedas e notas de qualquer valor, nas cestas, ricamente preparadas com tecidos rendados, enquanto um cântico de louvor se faz ouvir estridentemente.
Aliás, outra coisa que me chama a atenção é a música e os cantos que ocupam quase dois terços do ritual. Parece que a semente jogada pelo Padre Marcelo proliferou em todo o ambiente e já não se dá mais valor a palavra.
A palavra, propriamente dita, colocada na Bíblia e a palavra do sacerdote, se é assim que podemos chamá-lo.
Para minha surpresa, pois diante de tantas aberrações, não consigo sequer rezar pelo morto em questão, nem pelos meus mortos, a única vez em que o padre se dirige as famílias que ali estão em busca de consolo é naquele momento. Momento muito importante para o padre, não para nós que ali estávamos.
Como se aquilo fosse absolutamente normal, ele pede licença às famílias dos mortos para anunciar o aniversário de uma pessoa da comunidade e pedir a todos que cantem parabéns a você, para a aniversariante, jogando por terra toda a minha crença e a minha religiosidade.
Absurdamente, vejo-me como os outros cantando e louvando aquela aniversariante que não conheço e nunca vi mais gorda, enquanto meu morto, naquele local que julguei apropriado e único para tal, ouviu seu nome apenas uma vez, para, por certo, justificar o valor que tivemos que pagar pela celebração.
Que celebração!
Fonte de imagem: cristaoeoracoes.planetaclix.pt
Voce falou muito bem sobre a nova forma de pregar.Talvez essas foram as coisas que e fizeram repensar a religiao catolica e finalmente optar pelo espiritismo.
ResponderExcluirAcho que fé, orações e pregações tem que ter com o que é o tema daquele dia. A igreja catoloca parece que quer disputar com as outras quem canta melhor, quem forma um grupo de jovens mais animados e perde o mais importante manter aqueles que já eram católicos e que buscavam ali o consolo para as dores de sua alma.
Parabéns adorei
Oi, amiga
ResponderExcluirPela primeira vez aqui, postei um desabafo.
Confesso que fiquei indignada.
Agradeço o seu comentário
Saudades e beijos,
Adir
Adir!
ResponderExcluirSou católico por convicção e acredito que a fé católica vá além de pregadores equivocados como esse padre a quem tivesse a infelicidade de assistir sua prática, como há dezenas de outros padres assim.
A sensação de impotência diante de algo assim, é o que me constrange.
Tua indignação está coberta pela razão e lucidez.
Sabe Agostinho,
ResponderExcluirO que vc me diz se confirmou, quando três dias após, compareci em outra Igreja Católica, para uma missa também de 30º dia.
Que diferença, que sensatez do padre, para confortar os familiares.
Realmente se não fosse a nossa fé, já teríamos mudado de religião.
Abraços,
Adir