Um grande e comprido corredor nos levava a sala de espera.
Era uma sala retangular e nas paredes entrecortadas pelas portas de cinco especialidades – ginecologia, cardiologia,clínica médica,oftalmologia e endocrinologia – duas fileiras de cadeiras de couro sintético preto, conjuntas em oito, dispunham-se de frente umas para as outras, o que de certa forma, obrigava os pacientes que aguardavam os médicos a se olharem, mesmo sem querer.
Um revisteiro contendo mais folhetos informativos do que, propriamente, revistas, visava entreter os que ali estavam aguardando o chamado, mas de tão velhas, sujas e rasgadas, as poucas revistas, de tanto serem manuseadas mostravam-se desagradáveis ao toque.
Um decalque grande, fixado acima do revisteiro, mostrava um celular e solicitava o seu desligamento no local.
Devido as poucas cadeiras, mais da metade dos pacientes aguardavam em pé, como nós.
De quando em vez, ouvia-se a troca de pernas de alguns, que procuravam naquele desconforto uma forma melhor de posição.
Todos que ali estavam pareciam preocupados e na expectativa da consulta e era difícil distinguir os pacientes para cada sala, embora a diversidade dos consultórios pudesse ajudar nessa adivinhação.
Apenas um dos médicos se utilizava da ajuda da enfermagem para anunciar os pacientes. Considerando que a sala dos enfermeiros ficava em outro corredor, após a saída do paciente atendido, tínhamos que aguardar a vinda da enfermeira que, anunciava um novo paciente. Isto sem dúvida gerava uma morosidade e impedia a desocupação das cadeiras de uma forma mais rápida.
Pelas conversas quase em sussurro notava-se que a maioria tinha marcado seus horários o que não justificava tantas pessoas esperando há tanto tempo.
Se em algumas salas as consultas eram menos demoradas, não ultrapassando mais do que quinze minutos, o consultório da endocrinologia não fazia chamados senão de hora em hora. Estávamos ali, há pelo menos duas horas e meia, já havíamos sido atendidos na cardiologia, sendo o próximo passo a endocrinologia.Faltavam ainda quatro pacientes para essa especialidade, segundo nossa dedução e estimamos pelo menos, mais três horas ali, em pé.
A faixa etária que ali aguardava regulava entre 65 e 80 anos. Várias eram as bengalas de apoio entre as cadeiras e ouvia-se o ressonar de alguns já há algum tempo, o que fazia com que os chamados fossem repetidos por várias vezes. Apesar disso, incapazes fisicamente ou não, ali estavam sozinhos, o que estranhamos sobremaneira.
Nessa altura, ansiávamos por uma cadeira vazia e torcíamos para que as portas se abrissem, devolvendo à rua, pacientes já atendidos.
De repente, dois lugares vagaram e quando num salto só corríamos para elas, uma das portas se abriu e um menino de quatorze anos, acompanhante de sua tia-avó, clamaram pelos lugares, visto que a senhora tinha sido medicado e ali deveria aguardar o efeito do remédio, sob a proteção do garoto que lhe segurava as mãos, acalmando-a todo o tempo.
Continuamos ali, em pé, por mais meia hora, até que fôssemos chamados.
E aí perguntamos – adianta hoje, nesse país, termos planos de saúde e consultas devidamente marcadas?
Era uma sala retangular e nas paredes entrecortadas pelas portas de cinco especialidades – ginecologia, cardiologia,clínica médica,oftalmologia e endocrinologia – duas fileiras de cadeiras de couro sintético preto, conjuntas em oito, dispunham-se de frente umas para as outras, o que de certa forma, obrigava os pacientes que aguardavam os médicos a se olharem, mesmo sem querer.
Um revisteiro contendo mais folhetos informativos do que, propriamente, revistas, visava entreter os que ali estavam aguardando o chamado, mas de tão velhas, sujas e rasgadas, as poucas revistas, de tanto serem manuseadas mostravam-se desagradáveis ao toque.
Um decalque grande, fixado acima do revisteiro, mostrava um celular e solicitava o seu desligamento no local.
Devido as poucas cadeiras, mais da metade dos pacientes aguardavam em pé, como nós.
De quando em vez, ouvia-se a troca de pernas de alguns, que procuravam naquele desconforto uma forma melhor de posição.
Todos que ali estavam pareciam preocupados e na expectativa da consulta e era difícil distinguir os pacientes para cada sala, embora a diversidade dos consultórios pudesse ajudar nessa adivinhação.
Apenas um dos médicos se utilizava da ajuda da enfermagem para anunciar os pacientes. Considerando que a sala dos enfermeiros ficava em outro corredor, após a saída do paciente atendido, tínhamos que aguardar a vinda da enfermeira que, anunciava um novo paciente. Isto sem dúvida gerava uma morosidade e impedia a desocupação das cadeiras de uma forma mais rápida.
Pelas conversas quase em sussurro notava-se que a maioria tinha marcado seus horários o que não justificava tantas pessoas esperando há tanto tempo.
Se em algumas salas as consultas eram menos demoradas, não ultrapassando mais do que quinze minutos, o consultório da endocrinologia não fazia chamados senão de hora em hora. Estávamos ali, há pelo menos duas horas e meia, já havíamos sido atendidos na cardiologia, sendo o próximo passo a endocrinologia.Faltavam ainda quatro pacientes para essa especialidade, segundo nossa dedução e estimamos pelo menos, mais três horas ali, em pé.
A faixa etária que ali aguardava regulava entre 65 e 80 anos. Várias eram as bengalas de apoio entre as cadeiras e ouvia-se o ressonar de alguns já há algum tempo, o que fazia com que os chamados fossem repetidos por várias vezes. Apesar disso, incapazes fisicamente ou não, ali estavam sozinhos, o que estranhamos sobremaneira.
Nessa altura, ansiávamos por uma cadeira vazia e torcíamos para que as portas se abrissem, devolvendo à rua, pacientes já atendidos.
De repente, dois lugares vagaram e quando num salto só corríamos para elas, uma das portas se abriu e um menino de quatorze anos, acompanhante de sua tia-avó, clamaram pelos lugares, visto que a senhora tinha sido medicado e ali deveria aguardar o efeito do remédio, sob a proteção do garoto que lhe segurava as mãos, acalmando-a todo o tempo.
Continuamos ali, em pé, por mais meia hora, até que fôssemos chamados.
E aí perguntamos – adianta hoje, nesse país, termos planos de saúde e consultas devidamente marcadas?
Fonte da imagem: www.cto.med.br
Gente do céu! Que dia, heim!
ResponderExcluirMas diz uma coisa: você tem certeza que não estava num hospital público?!?
É demais! Pagamos tão caro pra ter plano de saúde, imaginado que sempre que precisarmos, teremos um ótimo e rápido atendimento, que farão juz a tanto dinheiro investido.
Aconteceu algo semelhante comigo mês passado, mas meu caso não era consulta marcada. Era emergência. Tive que aguardar quase 2 horas para ser atendida. Se eu corresse risco de morte, nesta hora, não estava aqui escrevendo.
Daí você pensa: e o SUS? Se com plano de saúde, acontece isso, imagina o SUS!
Bj grande e um excelente fim de semana!
E complicado sabe pois penso em fazer meu plano mais se for igual ao posto de saude publico, prifiro ficar com o publico mesmo .
ResponderExcluirBejuxxxxx a todos .