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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Quero meu dinheiro de volta


Estou no caixa de um grande supermercado. Diferentemente do mercadinho próximo à minha casa, a moça que me atende é seca e sem visão. Treinada apenas para pegar os produtos, olhar e aproximar seu código de barras da caixa registradora atual, ignora o cliente e trabalha como um robô.Não nego seu direito a essa forma inóspita de trabalho, mas obrigo-a a reparar em mim quando ela, num gesto brusco, revelado pelo seu cansaço ou talvez pelo seu mau humor, deixa cair uma garrafa de suco já registrada em minha conta, espalhando todo o seu conteúdo em cima do balcão.De pronto, estabelece-se entre nós um diálogo sem sentido. Diz ela que não pode excluir o produto porque já fechou a nota e que eu, portanto, devo aguardar que a recepcionista vá em busca de nova garrafa. Digo-lhe que aguardarei e após quase dez minutos, quando uma imensa fila tem tempo para se formar atrás de nós, a recepcionista retorna com a resposta de que não tem em estoque o produto por mim escolhido e quebrado pela caixa. Começo a me enervar com o mau atendimento quando ela diz que me dará um crédito para ser utilizado em outra ocasião. Sua voz soa magnética como a de um robô, o que, agora, já me irrita. Nego-me a aceitar tal crédito e a resposta que ela me dá é de que devo aguardar pelo gerente. Aí quem se irrita é a fila que não entende o porquê da espera. Aviso à pessoa imediatamente atrás de mim que quero o meu dinheiro de volta e ela indaga sobre o valor do produto, prontificando-se a pagá-lo pelo mercado, devido ao seu ínfimo valor, para que ao menos a fila ande com a minha saída.Argumento que não abrirei mão dos meus direitos de consumidora e digo que não aceitaria sua proposta nem que o produto custasse um centavo.Ao mesmo tempo, compreendo porque meu país está de pernas pro ar. Nem o próprio consumidor se respeita.

Fonte da imagem:oglobo.globo.com

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