"Precisar de dominar os outros é precisar dos outros. O chefe é um dependente."
Fernando Pessoa.
Nunca uma frase me disse tanto.
Fez-me viajar até a década de setenta, quando comecei a trabalhar numa empresa multinacional.
Naquela época os exemplos de gestão eram bem diversos dos atuais e retratavam os chefes como aqueles pais severos de outrora.
Toda a equipe parava, cheia de dedos, ao ouvir o ruido dos passos da chefia se aproximando. O temor, mais do que o respeito, dominava toda a equipe, sem tréguas.
Fernando Pessoa.
Nunca uma frase me disse tanto.
Fez-me viajar até a década de setenta, quando comecei a trabalhar numa empresa multinacional.
Naquela época os exemplos de gestão eram bem diversos dos atuais e retratavam os chefes como aqueles pais severos de outrora.
Toda a equipe parava, cheia de dedos, ao ouvir o ruido dos passos da chefia se aproximando. O temor, mais do que o respeito, dominava toda a equipe, sem tréguas.
Aos dezessete anos e filha de uma família onde a liberdade de expressão era o ponto alto, eu me rebelava com aquela forma estranha de comandantes e comandados se relacionarem e fazia questão, para susto dos colegas, de demonstrar que em mim, qualquer atitude daquele teor, não encontrava sequer um pequeno eco.
Lembro-me de um gerente administrativo que aos meus olhos, representava mais um fiscal do que propriamente um administrador.
Tinha o hábito de ao chegar, logicamente antes do início do expediente, percorrer todas as salas, abrir as portas sem bater ou pedir licença, apenas com o intuito de verificar se todos lá estavam prontos para o batente.
Fazia questão de se fazer presente em todas as situações, metendo o bedelho em assuntos para os quais não tinha qualquer habilidade.
Era assim também no meu departamento. Recordo-me do tumulto gerado por mim, num certo dia em que ele me viu levantando uma persiana, fato que condenou, por entender que a visão da área externa da sala me tiraria a atenção do trabalho. Ali, naquele momento, senti muito orgulho de mim, pois simplesmente desafiei aquele senhor, numa explanação de argumentos que fez com que se cansasse do diálogo e partisse em retirada.
Agora, ao ler essa significativa frase de Fernando Pessoa, essa lembrança me veio a mente e não pude deixar de me alegrar , constatando que, graças a Deus, nesse aspecto, as coisas evoluiram muito.
(Adir Vieira - 23/09/10)
Fonte da imagem:parandootempo.blogspot.com
Lembro-me de um gerente administrativo que aos meus olhos, representava mais um fiscal do que propriamente um administrador.
Tinha o hábito de ao chegar, logicamente antes do início do expediente, percorrer todas as salas, abrir as portas sem bater ou pedir licença, apenas com o intuito de verificar se todos lá estavam prontos para o batente.
Fazia questão de se fazer presente em todas as situações, metendo o bedelho em assuntos para os quais não tinha qualquer habilidade.
Era assim também no meu departamento. Recordo-me do tumulto gerado por mim, num certo dia em que ele me viu levantando uma persiana, fato que condenou, por entender que a visão da área externa da sala me tiraria a atenção do trabalho. Ali, naquele momento, senti muito orgulho de mim, pois simplesmente desafiei aquele senhor, numa explanação de argumentos que fez com que se cansasse do diálogo e partisse em retirada.
Agora, ao ler essa significativa frase de Fernando Pessoa, essa lembrança me veio a mente e não pude deixar de me alegrar , constatando que, graças a Deus, nesse aspecto, as coisas evoluiram muito.
(Adir Vieira - 23/09/10)
Fonte da imagem:parandootempo.blogspot.com
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