Hoje, relembro aqui, um lindo poema de Olavo Bilac, que me faz voltar à infância e que divido com vocês.
"A Avó, que tem oitenta anos
Está tão fraca e velhinha
Teve tantos desenganos !
Ficou branquinha, branquinha,
Com os desgostos humanos.
Hoje, na sua cadeira,
Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:
E cochila todo o dia,
E cochila a noite intenra.
Ás vezes, porém, o bando
Dos netos invade a sala ...
Entram rindo e papaqueiando:
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando ...
A velha acorda sorrindo.
E a alegria a transfigura ;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.
Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulante,
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,
Por seus cabelos doirados.
Fica mais moça, e palpita,
E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita:
''Ó vovó ! conte uma história!
Conte uma história bonita!''
Então, com frases pausadas,
conta história de quimeras,
Em que há palácios de fadas,
E feiticeiras, e feras,
E princesas encantadas ...
E os netinhos estremecem,
Os contos acompanhando,
E as travessuras esquecem,
- Até que, a fonte inclinando
Sobre o seu colo, adormecem ..."
linda a poesia adorei como avó me senti velhinha com os netinhos ao redor.como eu mesma lembrei com saudades da minha avó
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