Ainda agora saboreio a alegria de vê-la trabalhando, tão menina, num projeto que era meu, assambarcado por ela.
Percebo a genética da família presente em todos os seus atos, tão pequenina.
Vejo o cuidado com que organiza as caixas de doces e as dispõe, sozinha, por sobre a bancada, numa ordem, segundo ela, que impeça a quebra dos doces mais delicados, se colocados nos saquinhos embaixo da bananada grande e pesada.Vejo sua percepção inteligente quando evidenciando que comprei apenas um quilo de balas sortidas, deveria contá-las antes do ensacamento, para saber quantas poria em cada saco.
Vejo suas mãos pequenas e ágeis, numa calma sem fim, enchendo um a um todos os sacos de doces. Já no centésimo, ia como uma autômata, numa ordem fremente até ajeitar a grande maria mole, sua predileção.
Expliquei que "dar doces em homenagem a São Cosme e Damião", mesmo fora do dia original e, principalmente com tanta dedicação de sua parte, permitia que ela fizesse um pedido em troca.
Imediatamente lembrou que como não gostava muito de ficar sentada estudando, os Santos bem que poderiam ajudá-la a fazer as provas.
Vejo sua alegria no término da tarefa quando, com os olhinhos brilhando me pede para separar quatro saquinhos para os amiguinhos diletos.
Essa é ela, minha sobrinha querida. Luz de nossas vidas!
Fonte da imagem: lencoencarnado.blogspot.com
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