Impressionante como as casas seguem as características de seus moradores...
Como pode, um ser inanimado, atrair para si, moradores idênticos?
Já há algum tempo, observo isso e penso a respeito.
Desde o primeiro morador, parece que a casa assume, sem pedir, aquele que deixará habitar o seu espaço. Façam como eu fiz e depois me digam se estou certa ou errada.
Pensamos que ao sermos atraidos para uma nova moradia, somos nós que determinamos a nossa escolha. No entanto, ledo engano.
Confesso que quase escrevi uma tese a respeito. Minhas considerações sobre isso, iniciaram na observação de um apartamento a ser alugado no meu prédio, que, coincidentemente, se situava ao lado do meu. Lembro que quando, depois de três anos de convivência, vi seus pertences saindo pelo elevador, dei graças a Deus e enquanto o proprietário buscava um novo locatário, reinou a paz nos corredores. Ruidosos como eram, bagunceiros como eram, sabíamos de dentro de nossa casa, seus horários de entrada ou saída ou mesmo a lixeira infestada, nos dizia se fizeram comida ou encomendaram uma pizza gigante a obstruir o local do lixo.
Confirmando a minha tese, os próximos moradores, exatamente cinco até o momento, praticam os mesmos atos, como se tivessem aprendido juntos as más regras de convivência.
Foi a partir daí, que comecei a observar as redondezas e lamentavelmente, para minha surpresa, cheguei a conclusão de que é a casa, suas paredes inanimadas, que atribuem essa necessidade inválida, ao novo morador.
E, quanto a mim, cercada pelos quatro quantos, de pessoas com hábitos totalmente diferentes dos meus, firmo-me num pensamento único e solitário de , imediatamente, procurar uma nova moradia, porque hoje, estou certa de que se algum deles sair do meu convívio, outro virá com as mesmas características. Enfim, vamos a luta, nesse mundo globalizado para pior !
Fonte da imagem: hobbylagos.com